:(

E se o amor é uma questão de sorte, devo dizer que para mim é mais uma questão de azar. Dói a rejeição, dói saber que a dedicação, o esforço e o amor com que nos empenhámos não resultou, dói sentirmo-nos enganados e dói sentirmos que forçámos alguém a gostar de nós; mas dói, acima de tudo, pensar que tudo está bem e dói constatar que a sinceridade e frontalidade que tanto se apregoam sejam apenas um lema balofo que não é transposto para a realidade, que estes valores não sejam suficientes em situações delicadas; dói saber que uma situação se poderia arrastar indefinidamente porque, afinal, essa sinceridade e frontalidade só existem no papel e não frente a frente; tenho pena de ter sido a escolhida sobre quem recaiu a expiação de algo menos conseguido no passado, a sério que tenho pena! Sofro e sempre tive a consciência de não ter falhado; em muitas outras coisas falho, falho como filha e se calhar como amiga (por favor, digam-me quando não for vossa amiga e se sentirem magoados comigo); falhei como ser passível mas impossível de ser amado e essa é a realidade nua e crua. Resta-me o trabalho: há tanta coisa ainda por fazer e tão pouca energia e forças para as concretizar. Espero que as lágrimas sequem e me torne mais insensível.